No dia 19 de maio de 2025, o satélite Landsat 9 captou uma imagem que explodiu nas redes: um enorme oval escuro se destacava no mapa do Brasil Central, você ficou sabendo? Era a Serra de Caldas Novas, um planalto que se ergue mais de 300 m do entorno e apareceu em grande estilo no Instagram da NASA, cercado por cerrado intacto e repleto de vida, como seriema-de-patas-vermelhas e pequizeiros, segundo a agência. Impossível não sentir identificação: a vastidão do Cerrado, as cores e a história de origem geológica.
A formação geológica: relevo acima e abaixo
A Serra de Caldas é uma estrutura geológica única: um planalto de inundação arenítica erguido há centenas de milhões de anos, protegido como Parque Estadual da Serra de Caldas Novas (PESCaN), criado em 1970 e com cerca de 12,3 mil hectares. Ela é vital para recarregar os aquíferos hidrotermais que alimentam as fontes quentes de Caldas Novas e Rio Quente.
Mito ou verdade? As águas quentes
Aqui vêm os mitos — e as explicações que derrubam os boatos:
- Diziam que a serra era um vulcão extinto, responsável pelas águas termais. Essa ideia era atraente, mas não procede: não há registro de atividade vulcânica ou compostos sulfurados típicos de magma.
- A explicação científica: a água da chuva infiltra até centenas de metros, é aquecida pelo gradiente geotérmico e retorna à superfície.
- Outro mito é o efeito “cura milagrosa” das águas. É verdade que já se dizia que eram radioativas ou milagrosas, mas análises mostram mineralização leve, benefícios terapêuticos são atribuídos às propriedades termotermais e relaxamento, não a substâncias químicas exóticas.
A magia do Cerrado no topo
No topo do planalto, o Cerrado se mostra em toda sua diversidade: campos e cerradões, com espécies adaptadas ao fogo e à seca. A vegetação age como esponja: absorve as chuvas, protege o solo e alimenta o lençol freático. Esse ecossistema é riquíssimo, lar de pássaros como a seriema e plantas típicas da savana,
O que visitar: trilhas e cachoeiras
O Parque PESCaN é mais que proteção, é aventura:
- Trilha da Cascatinha (700 m, cerca de 30 min): leva a uma queda de 4 m com piscina natural, ótima para um mergulho;
- Trilha do Paredão (2 km): sobe até um mirante com vista 360 ° sobre Caldas Novas. Leve água e vá cedo, (faz calor).
- Também há o Diversiflora Trail, centrado em interpretações de flora, além de mirantes e espaços educativos.
- O parque recebe cerca de 1 milhão de visitantes ao ano e movimenta cerca de US$ 200 milhões.
Como chegar e se planejar
- A cabine de voo direto: o Aeroporto de Caldas Novas recebe voos da Gol e Azul de grandes centros como São Paulo e Rio, a apenas 3,5 km do centro.
- Alternativa: pousar em Goiânia e encarar as cerca de 170 km por estrada (GO‑139 + BR‑352).
- De ônibus, operadoras como Paraúna e Alfa Luz garantem o deslocamento de Brasília ou Goiânia.
- No parque: aberto ter–dom, das 8 h às 17 h, com taxa de entrada, leve calçado apropriado, protetor solar e muita água .
Para além das trilhas
Quem busca mais pode explorar:
- Hot Park e complexos termais em Rio Quente (maior piscina do Brasil com 6 milhões de litros, toboáguas inéditos);
- No centro da cidade: o Museu de Cera, o histórico Casarão dos Gonzaga e o Jardim Japonês, que fornecem certo contraste à natureza;
- Esportes aquáticos no Lago Corumbá, cafés e vida noturna mexida no calçadão de bares;